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segunda-feira, 1 de março de 2010

É Freud.

Hoje à tarde, estava no cursinho e precisei ligar pro meu pai para pedir que ele me buscasse. O telefonema aconteceu mais ou menos assim:
- Alô?
- Painho?
- Oi, minha vida! Tudo bom?
- Tudo, pai. O senhor tá ocupado?
- Tô não, meu amor, você tá precisando de alguma coisa?
- Dava pro senhor vir me pegar? Eu tô no cursinho.
- Posso sim, mas você pode esperar vinte minutinhos?
- Claro, pai.
- Ok, em vinte minutos tô passando aí.
- Tá certo, painho, obrigada. Beijo.

Quando desliguei o celular, uma colega minha estava me olhando e disse: "Nossa, tu tem um relacionamento ótimo com o teu pai, né?". Respondi que sim, que nos dávamos super bem, e ela comentou: "Poxa, eu queria muito que o meu pai fosse assim comigo. Ele às vezes é meio grosso, e muito indiferente. Não sei porquê, mas ele demonstra ser frio, às vezes penso que ele nem gosta muito de mim. Mas não sei, acho que é bobagem minha, mas queria muito que ele fosse mais amoroso comigo, acho que tô sentindo falta disso."

Já fazia algum tempo que me perguntavam qual era o segredo de sempre ter mantido bons relacionamentos amorosos, e de ainda manter a sutil amizade com ex-namorados, sem deixar que mágoas do passado interferissem nas relações do presente. Depois desse comentário, fiquei bastante pensativa, até chegar a uma conclusão: Freud explica.

Sim, Sigmund Freud fez uso da psicanálise para nos provar que o relacionamento que temos com nosso progenitor de sexo oposto será refletido posteriormente no nosso relacionamento amoroso. Dessa vez, eu explicarei: Se eu, mulher, mantiver um bom relacionamento com o meu pai, existirá uma grande facilidade de que eu tenha também um bom relacionamento com um namorado.

O motivo disso acontecer Freud também explica: o analista afirma que a imagem que temos do nosso pai é a imagem que criamos inconscientemente do homem que buscamos. Obviamente, esta não é uma regra (e mesmo se fosse, seria dotada de exceções), mas em cerca de 95% dos casos, mulheres procuram parceiros que tenham muitas qualidades (ou mesmo defeitos) em comum com seus pais.

Nos outros 5% se enquadram as mulheres que, por terem sapiência de que o seu pai não é o melhor modelo de homem do mundo, tratam de formular sozinhas seu modelo de homem ideal, que deve ser o contrário do seu pai. Se o patriarca tiver algum vício, este se tornará intolerável em um ascendente a namorado desta mulher, bem como coisas boas ganham sentido de coisas ruins.

Como a maioria das mulheres adota a imagem inconsciente e busca em um homem com características do seu pai, muitas podem se sentir atraídas por rapazes com os mesmos problemas e defeitos que seu progenitor. Logo, tem-se motivos suficientes para que o relacionamento seja bem estruturado.

Evidente também que existem mulheres que fogem à "regra" de Freud, e que não fazem ligação entre pai-cônjuge, o que dificulta a busca pelo "príncipe encantado", já que não foi formulada a imagem do homem ideal em sua mente.

Pensando assim, formulei a resposta pra tal pergunta: "O que você faz pra ter um relaciomento amoroso tão firme e forte?". Simples: eu mantenho uma boa relação com o meu pai. Não por obrigação, mas porque temos uma ótima ligação, porque sou a "princesinha" dele e porque fui almejada antes mesmo de nascer.

Tudo o que faremos será refletido lá na frente de algum modo. Portanto, se quisermos bons relacionamentos e, consequentemente, uma boa vida, tratemos de semear coisas boas por todos os lugares possíveis.