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quinta-feira, 15 de julho de 2010

Dia nacional do homem.

Aqui no Brasil, ao pouco que sei, comemora-se hoje o dia do homem. Acho estranho, confesso. Até porque, em todo oito de março, os homens enchem a boca pra dizer: "Podem comemorar, garotas; o dia do homem é todos os outros dias do ano". Haha, muito engraçado.

Além do mais, no dia do homem (nacional ou internacional, whatever) ninguém sai distribuindo cervejas nas ruas, como fazem com rosas no dia das mulheres. Um pouco feminismo isso, mas essa já é outra questão.

Homens não precisam de data de comemoração. Mesmo porque, poucos homens são dignos de serem chamados assim. Muitas vezes, a alcunha "homem" só cabe pros que fazem jus ao seu significado lírico. E o que isso quer dizer, afinal de contas?

Pra mim, um homem de verdade mostra o seu valor, acima de tudo, pela sua resistência, na qual reside nada menos que a sua dignidade - maior bem humano que, em tempo algum, deveria ser corruptível ou estar à venda.

E este tipo de resistência - que é o autêntico sinônimo de força, mas da força interior, que para tudo e em tudo vale mais - passa longe do que, no nosso século utilitarista, veio adquirir aparências de virtude, de virilidade e de honorabilidade masculina.

Assim, é um homem de verdade quem aguenta, em meio ao trânsito caótico de uma segunda-feira, as barbeiragens e contravenções de trânsito sem ceder ao impulso de despejar três centenas de palavrões para fora da janela de seu carro, indiciando, aí, não qualquer tipo de razão ou de força - mas de fraqueza, em se nivelando, através do seu destempero emocional, à falta de educação dos outros!

É um homem de verdade quem se conhece, e reconhece o próprio valor acima das seculares chacotas dos amigos de colegial; é homem de verdade o que, natural e eventualmente, também goste de futebol - mas rejeitando participar de gangues dentro de torcidas em estádios lotados, onde as pancadarias e mostras recorrentes de selvageria colocam em risco as vidas de inúmeras famílias também presentes para torcer para o seu time: pais felizes, acompanhados de seus meninos e meninas pequenos, de cinco ou seis anos, uniformizados e orgulhosos dos respectivos times em final de campeonato. Que lindo, né?

Ser homem de verdade passa longe do ser bestial! Somos seres humanos, por Deus do céu, e não animalescos como exemplares de mesma raça comprovam.

Um homem de verdade não bate em mulher (evidente!), nem tampouco a agride, fisica ou verbalmente, ou sequer de qualquer método de intimidação ou de coação psicológica.

Um homem de verdade exercita a sexualidade com a devida noção de responsabilidade, de ocasião e de oportunidade, em função das companhias.

Efetivamente, um homem de verdade jamais comprovará sua masculinidade em razão do alarde da quantidade de mulheres sexualmente usufruídas - coisa que não o torna superior a qualquer animal. Um homem de verdade simplesmente sabe conviver sexualmente com o sexo oposto de maneira saudável para ambos, priorizando o respeito mútuo, que assegura, a qualquer tempo, começos e arremates sem traumas, sem ressentimentos.

Aliás, quando diante de mulheres que não sabem ser mulheres de verdade, é bem certamente aí que o homem de valor e de verdade se denuncia, mediante a elegância de caráter e de trato, ao se permitir, tão e somente, seguir o seu caminho. Homens e mulheres, sem embargos, haverão sempre de fazer colheita justa ao seu plantio.

Homem de verdade não é o mais bruto - é o mais resistente diante das intempéries da vida. Homem de verdade não é o que agride a torto e a direito - mas sim o que resiste ao ataque impensado, pois certamente é nisso, e de fato, que reside a sua superioridade e razão! Pois, se estas existem, serão realçadas, seguramente, pelo seu comedimento, e jamais por qualquer expressão descontrolada!

Homens de verdade não o são porque falam ou berram palavrões, nem tampouco por o afirmarem o tempo todo, por palavras ou demonstrações grotescas; um homem de verdade não é aquele que já "pegou" cinco mil mulheres (desculpaê, Gene Simmons, hauheuhaea); homens de verdade estão longe de ser homens, pura e simplesmente, porque, no contexto da promiscuidade, deseducação e força bruta foram adestrados pela rudeza das gerações passadas, e desde a infância, a passar as vinte e quatro horas do dia tentando provar, através deste comportamento, que, por tais razões pré-históricas, são homens!

Em pleno século XXI, provará ser homem de verdade, unicamente, aquele que, resistindo ao ranço de todos estes estigmas ultrapassados, demonstrar, à luz do dia, o respeito soberano pela vida humana, e em quaisquer de suas manifestações. E, vencendo a borrasca maldita dos nossos tempos sangrentos mascarados de glória, realizar, no dia-a-dia, a melhor essência do ser humano.

Meu amor, você mais do que nunca me prova ser esse homem com "H" maiúsculo, íntegro, forte, carinhoso, atencioso, paciente, inteligente, dedicado e belo por dentro (e por fora, claro!). Pra mim, todos os dias são feitos pra comemorar a felicidade que é ter você na minha vida.


Eu te amo!

quinta-feira, 29 de abril de 2010

Parábola da muda de flor.

Um belo dia, Deus avistou um jardineiro solitário, de pá e enxada nas mãos, e resolveu perguntá-lo o que era necessário para que ele ficasse feliz. O jardineiro pediu-lhe a muda de uma flor bonita, para que ele pudesse tratar e cuidar dela. Deus assim o fez: deu-lhe a muda e disse: "Coloque-a em um bom jarro, e não esqueça de regá-la, podá-la e enchê-la de carinho. Do contrário, darei esta mesma planta para um jardineiro que cuide dela melhor."


No início, o jardineiro tratou bem daquela flor, mas não durou muito para que viesse o desleixo e a preguiça de tomar conta da plantinha. Deus pensou em tomá-la logo do jardineiro, mas pensou em esperar por um certo tempo, até que ele voltasse a ter o mesmo cuidado que antes.

Passaram-se anos, e o jardineiro apresentava a mesma conduta indiferente para com aquela flor. Deus, então, decidiu por fim no sofrimento da florzinha e resolveu movê-la para um jarro maior, melhor e quem sabe mais bonito, e deixá-la na responsabilidade de um jardineiro habilidoso.

Aos poucos, aquela plantinha um tanto murcha foi crescendo e se tornando mais vistosa, mais bonita e mais notável. A iniciativa foi divina, o carinho e o cuidado foram feitos pelo jardineiro, mas o florescer bonito daquela plantinha se deu pela natureza.







Meu amor, você é como essa muda de flor, que estava sufocada, plantada no jarro errado e sobre maus cuidados. Até que, assim com a plantinha, outra pessoa teve a oportunidade de te acolher e de cuidar de você. A sua felicidade é consequência do seu crescimento natural. Não diga que eu mudei você pra melhor. Diga que favoreci as suas mudanças, e que hoje você é um ser humano melhor que já foi outrora. Mas dê-se o mérito pelas suas próprias metamorfoses.

Eu te amo!

quinta-feira, 15 de abril de 2010

DDB

Ontem reli o "Diário de Bordo" (que ganhou aposentadoria forçada graças a mais um ano vestibulesco), e lembrei de uma música que (advinha?) era a nossa cara. Na época, éramos mais que amigos e menos que namorados (quer dizer, [i]eu[/i] considerava assim, né? :x). Ninguém sabia de nada que acontecia entre a gente (ou pelo menos a gente pensava assim, kkkk). Essa música era mais uma que vivia meu mp3, e que eu escutava todos os dias antes de ir dormir.


Vanessa da Mata - Ilegal
"Desse jeito vão saber de nós dois
Dessa nossa vida
E será uma maldade veloz
Malignas línguas
Nossos corpos não conseguem ter paz
Em uma distância
Nossos olhos são dengosos demais
Que não se consolam, clamam fugazes
Olhos que se entregam
Ilegais

Eu só sei que eu quero você
Pertinho de mim
Eu quero você
Dentro de mim
Eu quero você
Em cima de mim
Eu quero você

Desse jeito vão saber de nós dois
Dessa nossa farra
E será uma maldade voraz
Pura hipocrisia
Nossos corpos não conseguem ter paz
Em uma distância
Nossos olhos são dengosos demais
Que não se consolam, clamam fugazes
Olhos que se entregam
Olhos ilegais

Eu só sei que eu quero você
Pertinho de mim
Eu quero você
Dentro de mim
Eu quero você
Em cima de mim
Eu quero você."



Enquanto uma cantava "Amado", eu escutava "Ilegais". Quando me dei conta da coincidência, deu até vontade de rir, mas pensei: "Quer saber? Sou [u]eu[/u] quem estou com ele. Dane-se o resto, eu vou ser feliz!". E não é que deu certo? #)





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segunda-feira, 1 de março de 2010

É Freud.

Hoje à tarde, estava no cursinho e precisei ligar pro meu pai para pedir que ele me buscasse. O telefonema aconteceu mais ou menos assim:
- Alô?
- Painho?
- Oi, minha vida! Tudo bom?
- Tudo, pai. O senhor tá ocupado?
- Tô não, meu amor, você tá precisando de alguma coisa?
- Dava pro senhor vir me pegar? Eu tô no cursinho.
- Posso sim, mas você pode esperar vinte minutinhos?
- Claro, pai.
- Ok, em vinte minutos tô passando aí.
- Tá certo, painho, obrigada. Beijo.

Quando desliguei o celular, uma colega minha estava me olhando e disse: "Nossa, tu tem um relacionamento ótimo com o teu pai, né?". Respondi que sim, que nos dávamos super bem, e ela comentou: "Poxa, eu queria muito que o meu pai fosse assim comigo. Ele às vezes é meio grosso, e muito indiferente. Não sei porquê, mas ele demonstra ser frio, às vezes penso que ele nem gosta muito de mim. Mas não sei, acho que é bobagem minha, mas queria muito que ele fosse mais amoroso comigo, acho que tô sentindo falta disso."

Já fazia algum tempo que me perguntavam qual era o segredo de sempre ter mantido bons relacionamentos amorosos, e de ainda manter a sutil amizade com ex-namorados, sem deixar que mágoas do passado interferissem nas relações do presente. Depois desse comentário, fiquei bastante pensativa, até chegar a uma conclusão: Freud explica.

Sim, Sigmund Freud fez uso da psicanálise para nos provar que o relacionamento que temos com nosso progenitor de sexo oposto será refletido posteriormente no nosso relacionamento amoroso. Dessa vez, eu explicarei: Se eu, mulher, mantiver um bom relacionamento com o meu pai, existirá uma grande facilidade de que eu tenha também um bom relacionamento com um namorado.

O motivo disso acontecer Freud também explica: o analista afirma que a imagem que temos do nosso pai é a imagem que criamos inconscientemente do homem que buscamos. Obviamente, esta não é uma regra (e mesmo se fosse, seria dotada de exceções), mas em cerca de 95% dos casos, mulheres procuram parceiros que tenham muitas qualidades (ou mesmo defeitos) em comum com seus pais.

Nos outros 5% se enquadram as mulheres que, por terem sapiência de que o seu pai não é o melhor modelo de homem do mundo, tratam de formular sozinhas seu modelo de homem ideal, que deve ser o contrário do seu pai. Se o patriarca tiver algum vício, este se tornará intolerável em um ascendente a namorado desta mulher, bem como coisas boas ganham sentido de coisas ruins.

Como a maioria das mulheres adota a imagem inconsciente e busca em um homem com características do seu pai, muitas podem se sentir atraídas por rapazes com os mesmos problemas e defeitos que seu progenitor. Logo, tem-se motivos suficientes para que o relacionamento seja bem estruturado.

Evidente também que existem mulheres que fogem à "regra" de Freud, e que não fazem ligação entre pai-cônjuge, o que dificulta a busca pelo "príncipe encantado", já que não foi formulada a imagem do homem ideal em sua mente.

Pensando assim, formulei a resposta pra tal pergunta: "O que você faz pra ter um relaciomento amoroso tão firme e forte?". Simples: eu mantenho uma boa relação com o meu pai. Não por obrigação, mas porque temos uma ótima ligação, porque sou a "princesinha" dele e porque fui almejada antes mesmo de nascer.

Tudo o que faremos será refletido lá na frente de algum modo. Portanto, se quisermos bons relacionamentos e, consequentemente, uma boa vida, tratemos de semear coisas boas por todos os lugares possíveis.

sábado, 13 de fevereiro de 2010

13/02/10

Querido diário,

quando acordei hoje às oito ou nove da manhã, me recordo de ter erguido os braços aos céu e agradecido a Deus pelo sábado que havia chegado. Organizei algumas coisas da casa com minha mãe, e fomos ao Pet Shop deixar os meus felpudos no banho. Mamãe conseguiu a façanha de ter imprensado o meu polegar enquanto fechava o vidro da porta (do passageiro). Meu dedo ainda está muito dolorido, por isso mal consigo escrever.

Com o dedo inchado e muita dor, fomos ao Sebrae porque mamãe queria comprar umas roupinhas. Em uma boutique, provei um macacão colorido muito bonito, mas ele não coube em mim (graças ao meu tamanho e ao número do meu busto - que saco). Declaro ódio mortal às boutiques que só fazem roupas pra gente baixinha e sem peito.

Mamãe foi em outras boutiques e comprou mil peças. Decidi não levar nada, em virtude da dor no dedo. Fomos ainda ao supermercado fazer a velha feira do sábado,e voltamos voando pra casa. Me arrumei, e às 17h estava no shopping ao encontro do meu amor.

Querido diário, não sei o que me ocorre agora, mas só desta vez pude me dar conta de que é impossível não estar ou ficar feliz ao lado dele. O simples fato de vê-lo sorrir me faz querer sorrir também, nem que seja pra lhe dar mais motivos para manter aquele sorriso tão bonito.

Hoje, mais que nunca, observei atentamente seus traços, tateando cada centímetro de seu rosto. Fiz questão de senti-los também com a ponta do nariz e com os lábios, cheiro a cheiro, toque a toque.

Não sei porquê motivo, mas quero (e talvez precise) tocá-lo a todo instante, nem que seja pra manter a delícia do contato corporal entre duas almas apaixonadas. E me refiro aqui ao toque clássico e inocente de duas mãos, ou de partes ingênuas, como braços, ombros, pescoços.

É como se todas as partes dele tivessem o espaço certo da minha mão, e de todas as outras partes do meu corpo com as quais eu consiga senti-lo. Quero abraçá-lo o tempo inteiro, e mantê-lo comigo, por proteção ou mesmo medo de que ele se vá.

Outra coisa, querido diário: adoro respirá-lo. Não apenas "cheirá-lo", porque isso implica fragrâncias artificiais - ou não. Gosto de sentir todos os seus odores poríferos, e perceber seus aromas dançando pelas minhas narinas.

Outra sensação adorável é a de prová-lo. Minhas papilas vão de encontro ao seu sabor inigualável, e é como se todos os outros sentidos fossem descartados. Seu sabor é tão intenso que, se pudesse, devorar-lhe-ia todos os dias, numa antropofagia inocente, platônica e apaixonada. Mas esta não se faz tão necessária assim, já que o amor a mim devotado é o alimento essencial à minha alma.

Querido diário, posso assegurar que não estou sob efeito de medicamentos, álcool ou outra coisa senão o amor. Dias e dias se passam, e só o que recebo são razões para sertão feliz. Hoje o meu humor pode ser definido como "radiante", ou algum adjetivo tão escandaloso e enfeitado.

Meu coração está pacífico. Nada de batimentos acelerados ou arritmias repentinas. A pressão 9 por 8 reina, bem como a tranquilidade, a suavidade, a leveza, a felicidade.. E o amor, claro.

domingo, 24 de janeiro de 2010

Como nos conhecemos.

Amigos e familiares vez em quando perguntam como conheci Talles, e como se desenvolveu a nossa amizade até chegar a um namoro. Não responderei ambas perguntas, por não querer formar uma resposta tão extensa. Mas responderei aqui a pergunta que acabaram de me fazer no meu Formspring: "Como você conheceu o seu namorado?"

No ano de 2008, decidi fazer um cursinho de nome NEA, do GEO. As aulas iriam começar logo no início de fevereiro, então, até o dia das aulas, eu estava ajudando minha mãe com as coisas do dia-a-dia (comprar isso e aquilo, arrumar coisas na casa, fazer pagamentos...).

Fomos à feira do Bairro dos Estados. Minha mãe estacionou o carro perto de algum estabelecimento para onde iria, e disse para que eu ficasse lá, porque seria rápido. Enquanto eu esperava, descansei o olhar pra qualquer canto, e percebi um rapaz descendo umas escadas dali perto. Era uma academia, e as suas vestes denunciavam tal localização. Ele era muito bonito, e me chamou a atenção. Tinha no rosto um semblante sério, quase que triste, e não olhava pra lugar nenhum que não fosse sua fronte.

Lembro que virei o pescoço para vê-lo passar por trás do carro e seguir o seu caminho. Até que o perdi de vista. Daí, foi o tempo que a minha mãe voltou, e saímos novamente. Voltei pra casa, e pensei naquele garoto por uns dois dias. Já fazia um bom tempo que eu não via pessoas tão bonitas na minha cidade.

Duas semanas depois, se não me falha a memória, iriam começar as aulas do NEA, no período da tarde. Na terça-feira, pela manhã, acompanhei minha mãe nos seus afazeres rotineiros, e voltamos ao mesmo lugar, no bairro dos Estados. Ela estacionou o carro no mesmo lugar, e fez o mesmo pedido para que eu ficasse, pois ela voltaria logo. Lembrei do garoto da escadaria, e olhei algumas vezes pra ver se ele desceria novamente por aquela escada, numa feliz coincidência.

Desisti, afinal, seria coincidência demais vê-lo outra vez tão facilmente, duas semanas depois. Talvez ele nem fosse daqui. Talvez fosse primo de um ou de outro, talvez estivesse passando férias, talvez, talvez. Desencantada, me deitei no banco e olhei pro nada. De repente, minha visão se fixou no retrovisor esquerdo do carro, e vi de relance uma silhueta masculina passar por aquele vidro salpicado de chuva. Virei o tronco para trás, e avistei ele, novamente. Short e regata, com o mesmo semblante, o mesmo modo de andar e o mesmo olhar retilíneo.

Acompanhei cada subir de degraus com os olhos, e talvez com a boca aberta, até que ele entrou na academia. Por momento nenhum, quis que ele me notasse. Eu pertencia a outro, e provavelmente ele também. Mas tinha uma beleza tão singela, daquelas de se admirar. Não o olhei com maldade nem tampouco o cobicei, mas gostava do que via, embora aquele momento tivesse durado poucos segundos.

Minha mãe retornou ao carro, e fomos para casa almoçar, pois mais tarde eu teria a minha primeira aula do NEA (havia faltado o dia anterior). Tomei banho, troquei de roupa e almocei, pensando no tal rapaz. Que coincidência. Como eu nunca havia notado-o, numa cidade tão pequena como a minha? Ele deveria frequentar os mesmos lugares que eu, então, por que nunca tinha encontrado-o em qualquer canto?

Entrei na sala, e a aula ainda não havia começado. Sentei ao lado de uma amiga, provavelmente a única conhecida naquele lugar, na segunda e na terceira cadeira da fileira do canto direito. A sala estava lotada, e lembro que não desci na hora no intervalo, pois decidi colocar os papos em dia com Lívia, pois não era certo ela continuar no cursinho.

Na quarta-feira, cheguei cerca de meia hora antes da aula, e quase ninguém havia chegado. A cada minuto, a porta de abria, e entrava ali mais um desconhecido. Até que entrou um rapaz cujo rosto não me era estranho. Estava de óculos escuros e com uma mochila em um dos ombros. O mesmo andar, o mesmo semblante, e se não fossem os óculos, diria que o olhar era unidirecional. Ele caminhou até o final da sala, jogou a bolsa em uma cadeira e sentou em outra. Tirou os óculos, guardou na mochila, apoiou o pé em uma cadeira e esperou, como todos nós, o professor chegar para a aula começar.

Agora que éramos colegas de sala, eu não poderia mais olhar pra ele, mesmo que inocentemente, afinal, provavelmente despertaria comentários desnecessários. Parei de olhá-lo, temendo que o próprio me notasse. Mas eu não sentia nada, ali, olhando para ele. Era como olhar uma escultura, uma boa pintura, um desenho vistoso. Eu admirava os traços do seu rosto, as linhas do seu pescoço, seus ombros e esquadro largos, e o corpo alto e magro. Me satisfazia vê-lo. Mas havia de me privar de tal alegria, ora, pois eu pertencia a alguém.

Passaram-se meses, e o olhava muito pouco. Mentira se dissesse que não arriscava uma olhadela discreta numa aula de slides, ou quando cruzávamos o corredor. Nunca nos olhamos, pois sempre que o olhava, tinha a cautela suficiente de verificar se ele não estava me olhando de volta. Um encontro de olhares era completamente inaceitável, pois aparentaria um flerte, e isso era tudo o que eu menos queria.

Em abril, creio eu, uma das meninas do cursinho que estava por se tornar uma amiga (Viviane) perguntou quais garotos da sala eu achava bonito. O sortimento de beleza naquele ambiente era enorme, mas somente pro lado das mulheres. Quase nenhum homem era bonito, ou simpático demais para fazer a beleza diminuir de tamanho, perto da sua personalidade cativante. Não sabia ao certo o nome de todos da sala, menos ainda dos meninos, pois falava com poucos deles. Perguntei quem era aquele que sentava lá atrás, que naquele dia estava usando uma camisa preta.

- Aquele é Talles. Ele tem namorada, viu? E a namorada dele é bonita, muito bonita.

Evidente que ele teria namorada, e que esta seria à altura dele.

- Vivi, eu também tenho namorado.

- Ah, é mesmo. Mas eles namoram há muito tempo, uns quatro anos, coisa assim. E ela é linda, mulher, tem um corpão, um cabelo enorme, bem bonito mesmo, e parece que é modelo e blá blá blá..

Desconsiderei a informação inicialmente, e depois pensei em como ela seria fisicamente, se era tão bonita quanto ele, ou se era mais. Se formavam aquele casal perfeito que todos admiravam, se tinham um relacionamento invejável, ou se discutiam por bobagens, como eu e o meu namorado, se o pai dela a proibia de saídas, como o meu, ou se ele recusava a entrar num restaurante francês porque odiava a frescura de tais lugares. No meu pensamentos, eram ambos bonitos, se completavam o suficiente e tinham um caminho traçado até o fim de suas vidas - juntos.

Naquela noite, pensei neles. Embora não fizesse idéia de como era seu rosto, figurei a tal desconhecida e deixei minha cabeça brincar de Barbies. Ilustrei situações na minha mente, e invejei sutilmente aquele relacionamento bonito. Adormeci. No dia seguinte, optei por não pensar mais nele, nela ou em ambos. Me determinei a pensar no meu namoro e a tentar fazer dele um namoro bonito de se ver, como devia ser o deles.

No mês de julho, depois de ter mudado radicalmente meu visual, passei a sentar na parte de trás da sala, porque estávamos em período de férias, e as aulas estavam mais pra balbúrdias estudantis que preparação vestibulesca. A quantidade de aulas era reduzida, professores faltavam, e o coordenador raramente aparecia. Naquela época, ele falou comigo pela primeira vez. Mas parecia que eu já o conhecia antes, de tanto vê-lo, admirá-lo e imaginá-lo com sua amada.

Acabei por deixar meus pensamentos se confundirem, e tomei uma certa liberdade nos primeiros contatos com ele. Conversávamos sempre, e em pouco tempo, criamos um vínculo de amizade, a ponto de conversar sobre os nossos relacionamentos. Nessa época, o namoro dele era o contrário da imagem que eu formulava, e ele me revelou certos problemas entre eles, segredos e confissões, e eu o fiz o mesmo, abrindo o meu coração e sendo bruscamente sincera sobre o meu atual relacionamento.

Estávamos nos entendendo. Tínhamos tanta compreensão um pelo outro porque ocupávamos lugares distintos ao lado de nossos cônjuges. Precisávamos dar um fim à situação em que nos encontrávamos, separados, para o nosso próprio bem, e aquela amizade recente nos servia de combustível para fazê-lo.

O namoro dele terminou antes do meu, que se deu fim em meados de outubro. A vida continuava, bem como a nossa amizade. Éramos um tanto inseparáveis, o que despertava comentários direcionados a cada um de nós. O contato maior deu início a rumores, e aos poucos, percebi que ele estava me olhando de uma maneira diferente da que me olhava. Demos os primeiros passos, e os nossos amigos faziam ar de contentação ao ver-nos juntos.

Os pedidos de namoro surgiram, e as negações temporárias também. Até que, em vinte de dezembro daquele ano, decidi aceitá-lo para chamar de "meu", e é por esse pronome que o chamo, até então.

domingo, 20 de dezembro de 2009

20/12/09

É inevitável pensar que hoje completamos um ano de namoro, sem olhar pra trás e ver como começamos. Recordo bem do dia vinte do ano anterior, de quando saímos, de quem encontramos, de quem encontrei, da falta que senti de ter você ao meu lado. Mas, claro, era tudo compreensivo, pois coincidentemente, era véspera da segunda etapa do vestibular também.

Lembro da nossa apreensão e ansiedade pra selarmos o nosso relacionamento-sem-nome. Você me pedia em namoro mil vezes, e mil vezes eu dizia 'calma, agora não', embora o que eu mais quisesse era gritar um 'SIM!' bem alto. Quis seguir os meus instintos, rezar a cartilha que eu bem conhecia, quis fazer tudo ao meu modo. Mas você veio pra mudar tanta coisa em mim, que me fez mais maleável, até para as escolhas mais delicadas.

De início, pensava que esse novo namoro não fosse ser duradouro ou sequer saudável. Eram tantas coisas acontecendo, tanto empecilhos no nosso caminho, puxando cada um pro seu lado oposto, que por muitas vezes pensei que não fosse conseguir. Nunca tivemos problemas um com o outro, mas tudo o que acontecia ao nosso redor que tendiam ao nosso fim foram bem combatidos, e cá estamos: firmes e fortes.

Tínhamos tudo pra dar errado. Você em outra cidade, mentiras vindas de outras pessoas, outras que não concordavam nem um pouco com a nossa união, burburinhos e fofocas ferrenhas.. Mas soubemos contornar tudo isso, quiçá problemas maiores, se estes de fato aparecessem no nosso relacionamento.

Vivo hoje ao teu lado um paraíso. Cada dia chega com uma nova surpresa, uma nova descoberta e um novo motivo pra me fazer te amar e te admirar mais. Você, além de ser tudo o que qualquer mulher procura em um homem, é um espelho pra mim, e guarda em si todas as qualidades que almejo.

Há uma música (bem conhecida) de Shania Twain, que se chama "You're still the one". Acordei hoje com ela na cabeça, e - engraçado -, ela se encaixa perfeitamente nessa ocasião. Antes da música começar, Shania diz: "When I first saw you, I saw love. And the first time you touched me, I felt love. And after all this time, you're still the one I love.". E foi exatamente assim que aconteceu. Era amor desde o início, tornou-se amor com o tempo e hoje, graças a você, é amor que eu transpiro.


"Parece que conseguimos;
Olhe o quão longe chegamos, meu querido
A gente pode ter pego o caminho mais longo,
Mas sabíamos que um dia chegaríamos

Eles disseram: "Eu aposto que eles nunca conseguirão"
Mas olhe como nós ainda continuamos
Continuamos juntos, e seguindo em frente

Você ainda é aquele para quem eu corro
Aquele a quem eu pertenço
Você é aquele que eu quero pra vida
Você ainda é aquele que eu amo
Aquele com quem eu sonho
Você ainda é aquele pra quem dou boa noite

Não há nada melhor:
Nós derrotamos os obstáculos juntos
Ainda bem que não os escutamos:
Olhe o que nós estaríamos perdendo

Eles disseram: "Eu aposto que eles nunca conseguirão"
Mas olhe como nós continuamos a crescer
Continuamos juntos, e seguindo em frente.

Você ainda é aquele para quem eu corro
Aquele a quem eu pertenço
Você é aquele que eu quero pra vida
Você ainda é aquele que eu amo
Aquele com quem eu sonho
Você ainda é aquele pra quem dou boa noite."


You'll always be my one-and-only. Thank you for supporting me when I need you the most, and for showing me that life's way more tasteful as long as you're here, around me. I love you, I cherish you for all my eternity. Congratulations for us. Thank you for being the best boyfriend/friend/confident/shoulder/partner and all you are for me. Last year, I asked Santa Claus for something to change my life. Well, he got that one right. You're my gift, without validity or change. You are the gift I'll always want to get from Christmas. Please, be it. And so I'll have a amazing New Year coming. I love you, and I can't no longer find more words to describe you how I feel about you, me and all we're living. I love you. That's the closer I'l ever get. I love you. I really love you.