Hoje à tarde, estava no cursinho e precisei ligar pro meu pai para pedir que ele me buscasse. O telefonema aconteceu mais ou menos assim:
- Alô?
- Painho?
- Oi, minha vida! Tudo bom?
- Tudo, pai. O senhor tá ocupado?
- Tô não, meu amor, você tá precisando de alguma coisa?
- Dava pro senhor vir me pegar? Eu tô no cursinho.
- Posso sim, mas você pode esperar vinte minutinhos?
- Claro, pai.
- Ok, em vinte minutos tô passando aí.
- Tá certo, painho, obrigada. Beijo.
Quando desliguei o celular, uma colega minha estava me olhando e disse: "Nossa, tu tem um relacionamento ótimo com o teu pai, né?". Respondi que sim, que nos dávamos super bem, e ela comentou: "Poxa, eu queria muito que o meu pai fosse assim comigo. Ele às vezes é meio grosso, e muito indiferente. Não sei porquê, mas ele demonstra ser frio, às vezes penso que ele nem gosta muito de mim. Mas não sei, acho que é bobagem minha, mas queria muito que ele fosse mais amoroso comigo, acho que tô sentindo falta disso."
Já fazia algum tempo que me perguntavam qual era o segredo de sempre ter mantido bons relacionamentos amorosos, e de ainda manter a sutil amizade com ex-namorados, sem deixar que mágoas do passado interferissem nas relações do presente. Depois desse comentário, fiquei bastante pensativa, até chegar a uma conclusão: Freud explica.
Sim, Sigmund Freud fez uso da psicanálise para nos provar que o relacionamento que temos com nosso progenitor de sexo oposto será refletido posteriormente no nosso relacionamento amoroso. Dessa vez, eu explicarei: Se eu, mulher, mantiver um bom relacionamento com o meu pai, existirá uma grande facilidade de que eu tenha também um bom relacionamento com um namorado.
O motivo disso acontecer Freud também explica: o analista afirma que a imagem que temos do nosso pai é a imagem que criamos inconscientemente do homem que buscamos. Obviamente, esta não é uma regra (e mesmo se fosse, seria dotada de exceções), mas em cerca de 95% dos casos, mulheres procuram parceiros que tenham muitas qualidades (ou mesmo defeitos) em comum com seus pais.
Nos outros 5% se enquadram as mulheres que, por terem sapiência de que o seu pai não é o melhor modelo de homem do mundo, tratam de formular sozinhas seu modelo de homem ideal, que deve ser o contrário do seu pai. Se o patriarca tiver algum vício, este se tornará intolerável em um ascendente a namorado desta mulher, bem como coisas boas ganham sentido de coisas ruins.
Como a maioria das mulheres adota a imagem inconsciente e busca em um homem com características do seu pai, muitas podem se sentir atraídas por rapazes com os mesmos problemas e defeitos que seu progenitor. Logo, tem-se motivos suficientes para que o relacionamento seja bem estruturado.
Evidente também que existem mulheres que fogem à "regra" de Freud, e que não fazem ligação entre pai-cônjuge, o que dificulta a busca pelo "príncipe encantado", já que não foi formulada a imagem do homem ideal em sua mente.
Pensando assim, formulei a resposta pra tal pergunta: "O que você faz pra ter um relaciomento amoroso tão firme e forte?". Simples: eu mantenho uma boa relação com o meu pai. Não por obrigação, mas porque temos uma ótima ligação, porque sou a "princesinha" dele e porque fui almejada antes mesmo de nascer.
Tudo o que faremos será refletido lá na frente de algum modo. Portanto, se quisermos bons relacionamentos e, consequentemente, uma boa vida, tratemos de semear coisas boas por todos os lugares possíveis.
segunda-feira, 1 de março de 2010
É Freud.
Postado por Raissa Mateus às 12:54
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